sexta-feira, 1 de julho de 2011

Capiberibe, Cássio e Jader, uma questão política

O Brasil é um país em que manda quem pode, obedece quem tem juízo. Só essa máxima explica, que depois de 90 dias da decisão tomada pelo pleno do STF sobre a inconstitucionalidade da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010 pelo TSE, os senadores eleitos prejudicados pelo açodamento do tribunal não tenham sido liberados para tomar posse de seus mandatos.

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Jader Barbalho (PMDB-PA) e João Capiberibe (PSB-AP) são os três senadores prejudicados. Eles já perderam o primeiro semestre de mandato.

Pelo andar da carruagem devem perder mais meses de mandato, pois os ministros responsáveis pelos recursos ao que parecem sentaram em cima dos processos.

Segundo um pica-pau brasiliense, a questão é política.

Não interessa a José Sarney (PMDB-AP) perder o fiel escudeiro Gilvam Borges (PMDB-AP), principalmente por que no lugar tomaria posse o seu principal adversário no Amapá: João Capiberibe.

Além disso, Wilson Santiago (PMDB-PB), que ocupa um lugar na Mesa Diretora da Casa, teria a vaga preenchida pelo tucano Cássio Cunha Lima, o que aumentaria a bancada do PSDB em mais um senador.

Na verdade o PMDB só perderia um senador, pois a vaga de Marinor Brito (PSOL-PA) seria ocupada por Jader Barbalho.

Segundo o pica-pau, Jader Barbalho está isolado no PMDB. Seu único interlocutor no partido é o vice-presidente da República Michel Temer, haja vista que aos cardeais do partido no Senado não interessa a posse de Jader, pois ele seria uma sombra incomoda para José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, que por isso estariam trabalhando na surdina para postergar a posse do paraense.

Resumo da ópera.

A análise do pica-pau faz sentido, principalmente por que os cardeais do PMDB no Senado, sob o comando de José Sarney, são personagens influentes nos três poderes da República.

O caso de João Capiberibe, cuja mulher Janete, liberada pelo ministro Joaquim Barbosa, está perto de tomar posse no terceiro mandato de deputada federal para o qual foi reeleita em 2010 é o mais enigmático.

Vale lembrar, que João e Janete foram prejudicados pela decisão do TSE, derrubada pelo STF em 23 de março passado, por causa de uma sentença comum que os cassou em 2004. Hoje se sabe que tudo não passou de uma armação construída pelo PMDB do Amapá, comandado por Sarney, para retirar-lhes os mandatos.

Portanto, é estranho que o ministro Joaquim Barbosa tenha liberado Janete Capiberibe para tomar posse do mandato e até agora o ministro Luiz Fux não tenha feito o mesmo em relação a João Capiberibe.

O que faz Fux postergar a decisão?

Publicado ou Escrito por Chico Bruno