sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O factóide de Gilvam Borges

“As obras do Aeroporto Internacional de Macapá serão novamente licitadas, para a retomada dos trabalhos e a discutida segunda pista será mesmo construída”, segundo informa o senador Gilvam Borges, na edição de 28 de novembro, do Diário do Amapá.

Segundo Gilvam, quem lhe garante é o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi (PSB-BA).

Vale recordar, que logo depois de assumir a presidência da Infraero em 8 de agosto de 2007, o baiano Gaudenzi garantiu a conclusão do Aeroporto Internacional de Macapá ao vice-presidente nacional do PSB, João Capiberibe.

Ocorre, que para as obras serem retomadas há vários óbices a serem transpostos.

Entre eles, resolver uma pendenga com o TCU, que paralisou as obras depois que a Polícia Federal flagrou superfaturamento na empreitada, fruto da Operação Navalha.

Some-se a isso, existirem outras prioridades na Infraero, como, por exemplo, a solução para aeroportos estrangulados, como o de Ilhéus, localizado na terra de Gaudenzi - a Bahia - por onde ele pretende retornar a Câmara dos Deputados.

A notícia dada com tanta pompa por Gilvam, que lhe valeu uma foto de primeira página com Gaudenzi, está mais para factóide do que para realidade, haja vista que não se diz qual a data da nova licitação. As informações descritas são as mesmas que se encontram no site da Infraero desde que o consórcio Gautama/Beter venceu a licitação sob suspeita.

Aliás, a matéria do DA, diz que as obras foram “interrompidas por várias vezes em decorrência de fraudes”, mas omite que os mal-feitos têm a assinatura de aliados de Gilvam.

Na seção "Últimas Notícias" do site da Infraero não existe menção ao encontro e nem a promessa de Gaudenzi a Gilvam.

Confira as notícias divulgadas no site da estatal. Se você achar a informação, ganha um prato de camarão no bafo, do Norte das Águas, no Araxá, em Macapá, com assinatura de Adriano.

Pelo exposto, a chance de que a informação não passa de um factóide é muito grande.

Publicado ou Escrito por Chico Bruno

Nota de repudio da Via campesina a tentativa de golpe de Sarney no maranhão

CARTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA NO MARANHÃO

A Via Campesina Brasil, composta pelos movimentos sociais do campo, pastorais e entidades – MAB, MPA, MMC, MST, PJR, CPT, CIMI, FEAB e ABEEF – vem expressar sua posição e denunciar à sociedade brasileira, a ação traiçoeira que a oligarquia Sarney tenta impor ao povo do Maranhão.

O Maranhão é um dos lugares do mundo que mais concentra terra. E isso é fruto da política latifundista e concentradora desenvolvida há mais de 40 anos por esta oligarquia e em 2006, o povo maranhense, em eleição democrática e popular, escolheu Jackson Lago, governador do Maranhão, e derrotou assim, a mais atrasada e cruel oligarquia do país, a família Sarney.

Por isso, repudiamos os atos que a oligarquia Sarney vem fazendo para tentar reverter sua derrota nas eleições de 2006 e no pleito de 2008. E denunciamos para a sociedade brasileira a ação traiçoeira que esta oligarquia tenta impor ao povo maranhense. É preciso saber que há quase dois anos está em curso a montagem de um golpe, que tenta cassar na justiça o mandato popular do Jackson Lago, para entregá-la à Roseana Sarney, a filha do velho oligarca.

Além da petulância de por várias vezes marcar a data de cassação de Jackson, espalha que ainda este ano o governador será cassado pelo TSE. Reiteramos aqui, nossa crença no dever de isenção do TSE enquanto gestor dos processos eleitorais que garantem à sociedade a plena manifestação de sua vontade, pelo exercício do direito de votar e ser votado.

Repudiamos, assim, todas as ações realizadas nos municípios nos quais os representantes da oligarquia tentam, através de ações judiciais, impedir a posse de prefeitos eleitos por partidos contrários à oligarquia.
Nós da Via Campesina Brasil somos solidários ao povo maranhense e ao governador Jackson Lago, assim como apoiamos as mobilizações populares em defesa de suas escolhas e conquistas.

NÃO AO GOLPE. VIVA A DEMOCRACIA NO MARANHÃO!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pescando no lago da dor

Do sitio do Correa Neto.

Pouco depois da vergonhosa farsa eleitoral ocorrida em Macapá, conversei com um jovem amigo, militante político preocupado com as injustiças, quase descrente de que as coisas possam mudar, mesmo quando os números da própria farsa diziam que as coisas estão mudando.
- “O povo vendeu sua dignidade”, disse lembrando a verdadeira avalanche de dinheiro roubado do povo e distribuído parcialmente, de volta, na compra de votos.
Contei para ele o que me havia sido contado algumas horas antes, por uma outra pessoa.
O cenário era uma área de baixada, mais ou menos onze horas de uma noite clara, dois dias antes da eleição. O odor fétido se espalhava. O homem observava a cena, da janela de sua casa um pouco acima da área alagada não estranhava. Um emprego fixo e um salário, o haviam retirado da situação em que muitas famílias ainda se encontravam.
Pensando nos filhos que podiam brincar sem o risco de cair nas águas misturadas com dejetos, ouviu choro de crianças e viu a mulher sair de um cubículo retorcido quase caindo na imundície. Ela também chorava, mas não emitia som algum. As costas das mãos passadas, ora uma ora a outra, sob os olhos, mostravam que limpava as lágrimas que teimavam em cair. Seus filhos certamente estavam com fome, porque ela encostou-se à parede de madeira e jogou uma linha no alagado. Aquela mulher, símbolo da miséria construída pelo egoísmo, estava pescando naquele lago de merda, e o peixe que por milagre arrancasse dali, daria para seus filhos como alimento.
Era uma cena que se repetia quase todos os dias, levando de roldão a dignidade das pessoas submetidas à fome, deixando no chão a auto-estima, fragilizando as defesas, e os cidadãos entregues â sanha do primeiro inescrupuloso que se apresentasse com uma pequena quantidade de dinheiro ou cesta básica, comprada com o dinheiro de todo mundo, mas “doada” como um favor de uma dondoca inconseqüente qualquer.
Contei isso ao meu jovem amigo e disse a ele que as pessoas com fome não vendem sua dignidade porque a dor esconde o amor-próprio. Elas vendem um pedaço do sofrimento acumulado, principalmente quando isso envolve crianças, mais indefesas ainda. Dois dias depois aquela mulher trocou seu voto por um ou dois dias de alívio. Ela não tem idéia de que os que compraram seu voto são os mesmos responsáveis por sua miséria. Ela precisava de alguma coisa para se manter viva, e os criminosos sabiam disso. Compraram o voto dela.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Deputado Camilo Capiberibe divulga relatório do TCU sobre irregularidades nas obras da BR.

O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou recente relatório, em um levantamento realizado pelo Fiscobras/2007 (TC 008.390/2007-8 e TC 012.001/2008-6), a respeito de possíveis irregularidades detectadas na construção da BR-156, para onde foram destinados R$ 276 milhões, desde o ano de 1998. A conclusão do documento confirma que “as informações apresentadas neste relatório confirmam a existência de indícios de graves irregularidades na execução das obras da BR-156 nos anos de 2007 e 2008″.

As mesmas comprovações foram ressaltadas pelo Acórdão 4709/2008 – TCU – 2a Câmara, onde “foram constatados indícios de diversas irregularidades nas obras de construção da BR-156″. A partir destes documentos, o deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB) criticou duramente, em seu discurso na Assembléia Legislativa na manhã desta quarta-feira (19), o descaso e a falta de competência do governo PDT em executar a construção da BR-156.

“Foram constatadas toda sorte de irregularidades o que mostra a irresponsabilidade do governo PDT com a obra de infra-estrutura mais importante para o desenvolvimento do estado do Amapá. De 1998 para cá foram liberados R$ 276 milhões para a obra, incluindo os 34 milhões, dos quais dezenove milhões foram de recursos próprios do estado, que o deputado Ruy Smith, então secretário da SETRAP, Secretaria de Transporte, no Governo PSB, executou o que viabilizou a construção de 62 quilômetros da rodovia. O governo do PDT com 261 milhões já deveria ter concluído a obra mas o que se vê é uma estrada abandonada, mal feita e um vergonhoso desperdício de recursos públicos”.

O socialista citou ainda a reportagem veiculada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, intitulada “Fronteiras da Amazônia”, onde os repórteres partiram de Macapá à Guiana Francesa e criticaram abertamente o abandono da BR-156 pontuando que no trecho que vai até o município de Oiapoque apenas metade da rodovia se encontra pavimentada e que no caminho foi possível constatar que as pontes estão todas com suas construções pela metade.

“É uma vergonha que o Amapá seja destaque negativo na imprensa nacional. É o espelho de que o governo PDT realmente é incapaz de construir uma rodovia com as exigências que foram atestadas no relatório justamente num momento em que o governo federal foi especialmente generoso no repasse de recursos”.

Para exemplificar algumas irregularidades, o deputado Camilo disse que a camada de asfalto em um dos trechos da BR-156 que deveria ter 5 centímetros, possui apenas 4. Além disso foram constatadas três meses após a inauguração do trecho entregue em 2006, com festa na localidade do Breu, trincas nas faixas de rolamento e defeitos na sinalização, e graves problemas na drenagem da BR em vários trechos, o que pode causar acidentes fatais.

Sobre-preço nas obras

Outra irregularidade apontada, segundo o item 8.1.9 do relatório, “os preços unitários dos serviços previstos nos contratos 035/93, 009/2002, 010/2002, 011/2002, 012/2002 e 013/2002, todos celebrados pela SETRAP, encontram-se com valores acima daqueles obtidos no Sistema de Custos Rodoviários do DNIT (SICRO – Região Norte – dez/2000), considerado como teto por esta Corte de Contas quando da avaliação de preços de obras rodoviárias”.

No item 8.1.10, o relatório apontou também que alguns contratos causaram danos à União, pois, há um “potencial risco de prejuízo ao erário em decorrência da visível degradação de parte dos serviços realizados no âmbito do Contrato 09/2002 - SETRAP, que se encontrava paralisado desde 31/12/2005″.

Raul Mareco - Assessor de Comunicação, Gabinete do deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB-AP)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Senta que o leão é manso!

Ademir Pedrosa

Enjaularam o leão, é verdade. E logo um leão inocente, inócuo e singelo. Um inocente útil, não agregado à organização política ou à ideologia de interesses escusos. E enjaularam o pobre bichano. A jornalista Alcinéa Cavalcante fotografou o bicho atrás das grades em sua habitual pose elegante e nobre. E belo.

O jornalista Élson Martins nos bons tempos do jornal “Folha do Amapá”, também botou o então governador do Amapá Aníbal Barcellos, que na ocasião posava de boné azul, na cadeia. Fotografou-o casualmente por trás de umas grades, e estampou na capa do jornal, enjaulado. Qual a diferença entre os dois presos em seus cárceres alegóricos? – é a pergunta pertinente. Discrepante e abissal, respondo. Primeiro, o leão é factualmente manso; enquanto o outro, nem tanto. Segundo, a imagem metafórica do leão é contemplativa e politicamente correta; enquanto a insígnia do boné-azul era uma espécie de suástica, que atendia aos interesses da ditadura barcellista, a qual pretendia continuar no poder naquele estádio sombrio, de um regime cruel e arbitrário, e que combatemos estoicamente, e vencemos. E até hoje – sem tirar nem pôr –, o Comandante anda efetivamente por aí.

Quando fui presidente do Conselho de Cultura do Amapá, no governo Capiberibe, eu tive um encontro com o ministro da cultura Francisco Weffort e com Márcio Sousa, presidente da Funarte. Esse encontro resultou na aprovação de três projetos – projetos esses que havia a muito hibernados nas gavetas – que apresentei a eles: reforma e restauração do prédio do antigo Fórum – já sede da OAB –, pequena restauração do forte da Fortaleza e o projeto cultural “Encontro dos Tambores”, do Igarapé do Lago, cujo valor total era na ordem de 1 milhão de reais. Por incompetência da administração da Fundecap, os dois últimos projetos, o da Fortaleza e do Igarapé do Lago, caducaram nas gavetas por conta dos trâmites burrocráticos vigentes. No entanto, a OAB foi contemplada com 350 mil reais para sua reforma e restauração, porque seus dirigentes atenderam aos critérios técnicos que o Ministério da Cultura exigia. Pelo que sei, aplicaram direitinho e devidamente os recursos na reforma do prédio – e nem foi preciso enjaular o leão. E ele continuou ali, solto e magnífico, um guardião da efemérides, sob a égide da Lei.

Ao que parece a OAB está na berlinda. É OAB pra cá, OAB pra lá. Segundo Yashá Gallazzi a OAB do Amapá é farinha do mesmo saco, pertencente à maquiavélica “turma do azul”. O Desembargador Carmo Antônio quer saber que diacho de turma é essa que Gallazzi agregou até o poder Judiciário, do qual o desembargador é presidente. Gallazzi vai ter que se explicar, ou aprender a se conter e ficar só no sapatinho. E pra cirandinha não esvaziar, vem o Senador Gilvan Borges e quer aniquilar com os exames da Ordem aos bacharéis de Direito. Se porventura o leitor achar que isso é pouca porqueira, que chupe essa manga: fui interpelado judicialmente pelo o advogado Anderson Lobato Favacho (OAB/AP 1.102). O texto de sua interpelação, com apenas cinco laudas, possui cinqüenta e oito erros em língua portuguesa, dos mais elementares aos mais grotescos. Se eu fosse juiz, recusaria a ação judicial de tal espécie, a que não tivesse o mínimo de lisura com a Língua. Se acaso a pretensão do senador quixotesco não vigorar, vou sugerir a OAB que em suas avaliações inclua o “ditado”. Pode parecer bobagem, mas o que vai ter de candidato reprovado na Ordem, vai se uma festa. Ademais, os erros cometidos contra a língua vernácula por aquele advogado, em qualquer instituição decente configuram motivos de sobra para suspender a credencial de sua matrícula. Vão dizer que não, que isso é um exagero, e coisa e tal. Agora, experimenta ficar inadimplente...

Senhor Presidente Washington Caldas, data vênia. Vossa Excelência pode sentar-se tranqüilamente. Sente-se, Doutor, que o leão é manso. A grade não carece. Ela pode, doravante, ser de serventia para outros leões que tripudiam livremente por aí. Se prevalecer na Justiça a eqüidade cega, muda e surda. Amém!


Ademir Pedrosa é escritor e professor de língua portuguesa e literatura

Quando o juiz quase perdeu a calma

Do sitio do Côrrea Neto

Escrevi para um integrante da oposição no Amapá, hoje vivendo fora daqui. Contei sobre as dificuldades que as lideranças que ficaram aqui enfrentam, bloqueadas, cercadas e atacadas por todos os lados pela mídia que o poder público paga regiamente. As vozes da oposição não se fazem ouvir, salvo quando os pagamentos das gordas faturas atrasam e um ou outro decide abrir espaço, ainda que controlado, apenas para lembrar ao poder que existe uma fatura pendente, chantagem quase explícita, meio camuflada, mas que funciona por causa do tamanho do rabo preso que eles têm.
Pior é que não existe uma procura real de alternativas para romper o cerco, porque a esquerda brasileira não é solidária nem no câncer, copiei parte de uma frase, se não me engano do Otto Lara Rezende, que se ajusta perfeitamente ao descrito. Apesar disso, a vontade popular de reagir é enorme.
A recente eleição que a oposição ganhou e o governo comprou, é um claro exemplo disso. Alguns sites e blogs da Internet e alguns outros meios não controlados pelo poder. ganharam de uma máquina de comunicação paga para mentir. E só conseguiram 51.66% dos votos válidos. Imaginemos se essa maquineta fosse mantida, aperfeiçoada e quem sabe ampliada. Contei isso tudo para a pessoa e recebi como resposta:
- “Corrêa, Você tem razão. Vou ver o que dá para fazer”.
Caramba. Era um grito de socorro, em nome de quem tem condições de brigar para que as informações cheguem em quantidade e qualidade à sociedade, porque, se isso acontecer, essa quadrilha que agride a dignidade do povo amapaense será varrida do controle do estado. Não é para jornalista ficar rico. Quem quiser ficar, basta ligar o telefone e se dizer disposto a fazer parte do esquema. Em meia hora mandam um gutembergue qualquer para fechar o “negócio”. O poder está cercado e os diques podem romper a qualquer momento. Há uma reação muito forte até em lugares menos esperados. Falta apenas mais um esforço.
Semana passada um magistrado confessou para um amigo:
- “Não conhecia o tamanho da miséria que esta cidade esconde. Desci numa baixada onde um grupo comprava votos em troca de cestas básicas. Perguntei a uma mulher quem estava mandando comprar os votos, ela relutou um pouco, mas disse o nome de uma outra mulher. Senti uma enorme revolta, pedi a um dos soldados que nos acompanhavam que ficasse alí, e me afastei um pouco para controlar a emoção. Eu tinha sentido vontade de dar um soco na cara daquela mulher”.
Esse mesmo magistrado, diante do quadro de miséria e da humilhação, configurada na exploração dessas pessoas por políticos inescrupulosos, sugeriu a criação de uma organização não governamental e não partidária, para resgatar parte da dívida social que todos nós temos com elas.
Esse é o quadro que precisa ser mudado, independente de eleições. E só vai ser quando o egoísmo for superado e a solidariedade florescer.

CORTANDO NA CARNE OU COMO ESQUECER ?

Rupsilva

CENA UM
Sol a pino, calor infernal, periferia da cidade. Dezenas de pessoas se aglomeram na frente da casa de um “coordenador” do candidato eleito para receber a segunda parte do “trabalho” feito durante a campanha. O tempo esquenta e nada! Gritos, empurrões e ameaça de atear fogo na casa do dito “coordenador”. Acionada chega a polícia para por ordem na casa.

CENA DOIS
Nas baixadas, onde mora um quinto da população da capital, sobre passarelas agitadas, servidores estaduais “engajados” na campanha vitoriosa correm para pagar promessas de campanha. Passado o risco da vigilância policial e judicial, cestas básicas, kit bebe e outros mimos eleitorais são entregues sem nenhum atropelo, na maior cara de pau.

CENA TRES
Três meses antes das eleições era difícil entrar em qualquer prédio do Super Fácil sem deparar com o sorriso largo de um funcionário (a) a lhe desejar bom dia e orientá-lo ao atendimento correto. Dezenas de novos servidores entulham os corredores dessas instituições. Semana seguinte à eleição, tudo volta ao que era dantes. Sumiram as pessoas e seus belos sorrisos.

CENA QUATRO
Como na Câmara Municipal e outras instituições da administração direta e indireta do Estado e Município, ocorria o mesmo fenômeno. Centenas de pessoas demitidas sem justa causa, terminado o pleito e seu objeto. Uns espernearam outros não. Não há de ser nada, em 2010 tem mais. O governo continuará bonzinho por dar um trabalhinho, ainda que temporário, ainda que a cada dois anos, ainda que por apenas três meses.

CENA CINCO
Grave, muito grave. Juiz eleitoral é convocado para flagrar uma monstruosa “boca de urna” no Novo Horizonte. Algo em torno de oito milhões seria repartido entre cabos eleitorais de todos os coturnos, principalmente deputados.
O magistrado diante do crime, da arma e dos autores do crime, não pôde cumprir a lei, embora lá estivessem todos os elementos e evidencias que tipificam um crime. É que do outro lado estava um esquadrão da polícia civil, delegado e tudo, garantindo ter feito o serviço que o TRE não solicitara e que na “vistoria” nada encontrara de ilegal, relatou estarrecido alguém presente à cena.
A PF, que deveria garantir a diligencia, não foi encontrada. E para completar surge a figura de um deputado estadual, não satisfeito, que dá um pito no juiz, desafiando sua autoridade, do alto de sua arrogância de coronel do barranco. E nada vai acontecer.

CENA SEIS
Nos charcos e baixadas da cidade, em ritmo alucinante, um sobe e desce de bandeiras jamais visto, mesmo sendo um comercio comum às campanhas eleitorais, espécie de área de livre comércio de aliciamento eleitoral.
Ninguém importuna ninguém. Quanto vale tirar essa bandeira aí? Gritam de dentro de reluzentes hillux, Corolas, Tucsons, Pajeros e Fusions representantes engravatados da “emergente classe empresarial” do Amapá, que não quer trabalhar e enriquece a custa do dinheiro público.
Como nas operações da bolsa o preço do voto aumenta no compasso do risco do governista perder e alcança o limite do céu. Uma onça? Nem pensar! Cenzinho! Duzentos! Quinhentos! O mercado endoidou e teve família que levou mais de três mil. Quanto custará em 2010? Estabelecido novo up grade, só Deus sabe.

CENA SETE
Tem a ver com a de cima. No comitê do adversário, viajando em céu de brigadeiro, vitória praticamente consumada, segundo pesquisas folgadas, repentinamente criou-se um frenesi em busca de material de campanha.
Era o prenúncio da vitória consolidada. Adesão dos indecisos ou a fuga em massa dos adeptos dos outros candidatos derrotados no turno? Um eleitor sincero ou um avião de carreira?
Nada disso, tudo tinha a ver com o mercado de votos da periferia, a área de livre comercio que operava sem atropelo que tinha alcançado valores estratosféricos por qualquer material de campanha do adversário. Sem o espólio do candidato, depois derrotado, era impossível garantir o seu.

CENA OITO
Na vigência da lei eleitoral os meios de comunicação do Estado, todos, clientes do governo, torcem abertamente e comentam favoravelmente ao seu candidato. De manhã, à tarde e à noite. Sempre alguém no ar, um jornal nas bancas ou um comentário faccioso na TV. Todos, a uma só voz, ofendem, mentem e sonegam informações.
Estabelece-se o conflito entre o que é crime eleitoral e livre pensar ou liberdade de opinião e de imprensa, inexistente pela ausência do contraditório e pelo claro objetivo de atingir o adversário. A prática, à luz da lei eleitoral, é ilegal pois quebra o equilíbrio da disputa. Inúmeras pessoas, gente simples da sociedade, se importaram. Outros que deveriam, nem tanto.

CENA NOVE
Numa sala de aula, crianças e jovens em processo de formação intelectual, professora “orienta” a votar no projeto Eleitor do Futuro, uma bela sacada do TRE. Não deixa por menos e tasca: se vocês não votarem no candidato do governo “o pai do outro” vai comer vocês à noite! Conclusão, as crianças apavoradas entram em crise de pânico e levam o dilema pra casa. Os pais, alguns, se ofendem pelos filhos e protestam. Enquanto isso, o outro pai, o do candidato, vai ficar marcado para as próximas gerações. Tem coisa mais maquiavélica!

CENA DEZ
Dois funcionários graduados do governo, secretário e adjunta, resolvem entrar de cabeça na campanha do candidato do chefe. Enquanto um comanda milícias contra adversários disposto a trocar socos e pescoções e agita bandeira nas esquinas, a adjunta dá uma definição equivocada da instituição Estado. Trata o mesmo como se fosse propriedade do governador para amedrontar incautos (a maioria professores, pasme!) funcionários públicos. Não pertence a esse nem a nenhum outro, como sabe ou deveria saber a professora. Enquanto isso a educação despenca suas taxas de avaliação.

CENA ONZE
Mais uma batalha judicial se anuncia. O candidato oficial usa todas as armas para impedir que a justiça autorize a divulgação de pesquisa do calejado IBOPE que confirmava a vitória do adversário com uma diferença de 17 pontos percentuais no segundo turno.
Na semana decisiva, seria a pá de cal que soterraria uma candidatura que não convencia o eleitor, encantado com os jovens que prometiam mudar a cidade e suas vidas. Vai pra cima, vai pra baixo, nada de IBOPE e sua projeção. No lugar dele, como no velho script, a Brasmarket, novamente ela, divulga, sem qualquer embaraço um empate entre os candidatos, confirmado pelo IBOPE que enfim apareceu, cujo crédito era necessário para dar veracidade a mesma.
Um “empate técnico perfeito”, foi o máximo que conseguiram. Não há de ser nada, o povo induzido faltava só um empurrãozinho, nada que os recursos de campanha não pudessem resolver. Não do caixa um, óbvio, mas do caixa dois, da grana suja, sem origem, sem nota, sem emitente, sem destinatário.

CENA DOZE
Era o primeiro turno ainda. Eleição caminha sob controle. Diante dos elogios rasgados ao trabalho do TRE, autoridade governista exclama: “há, vocês acham que a justiça está boa agora, no segundo turno não quero choradeira”. Como diz o filosofo Millor Fernandes que livre pensar é só pensar, hoje tenho quase certeza do que queria dizer a autoridade. Mas pode ser que quisesse dizer outra coisa. Não sei...

CENA TREZE
Acuado por um adversário que imaginou morto, governador reúne empresários de grosso calibre, num hotel da cidade, para uma cartada final e de grande efeito eleitoral.
Em troca de renuncia fiscal, desta feita com selo oficial, queria o voto dos seus funcionários, do lavador de chão ao mais graduado.
Enquanto o governo operava seu mercado de facilidades com a turma da grana, o sindicato dos empregados fazia de conta não ver nem ouvir o achaque aos seus filiados.
Então os empresários (alguns constrangidos e incomodados, é verdade), democratas que são, amantes da livre iniciativa, do livre arbítrio, do ir e vir, do respeito ao direito do cidadão, dão o seu recado aos empregados, mais ou menos no tom do dito popular: “ou dá ou desce”. Não só deram como se deixaram “estuprar” no seu sagrado direito.

CENA QUATORZE
Vereador derrotado, membro da Universal, se despede de um amigo dizendo ter que comparecer a residência oficial, a pedido, para comandar um “descarrego”. O clima estava pesado e as coisas difíceis “desde que o adversário mandara buscar na Bahia um macumbeiro que espalhara na praça um satanás, chifre, rabo e fogo pelas ventas, a imagem e semelhança do adversário e seu pai”, que enfeitiçara o eleitorado.

Da residência saiu com a missão de disseminar a mensagem de um deus falso, postiço e endinheirado, por todos os “templos” da seita. Imaginem o estrago se somado a outras tantas igrejas evangélicos que aderiram à campanha, ludibriando a boa fé dessa pobre gente, vitima desses enganadores e falsos profetas.

CENA FINAL
Na calada da noite, o autor dessa tragédia, figura maligna e sinistra feito um vampiro, dentes pontiagudos esguichando sangue, capa preta, bigodes enormes, sai pelas portas do fundo, às escondidas, olhando para os lados se enfia na sua tumba. Um último suspiro, sorrisinho de escárnio, pela missão cumprida, pelo mau bem feito.

Como jogar tudo para baixo do tapete sem feder? Ainda que o vencedor ande de ônibus, visite gabinetes em Brasília, especule seus secretários, dê mil entrevistas, se torne humilde servo de Deus, nada o fará, agora, melhor do que antes. E há dois fatos concretos, a eleição foi fraudada e não terminou, por isso está sub-judice.

São milhares de denuncias, dezenas de envolvidos, políticos de calibre, secretários de estado e pelo menos dezessete ações formalizadas contra o candidato no TRE. Por que fazer de conta que tudo voltou ao normal?

Depois essa não é uma questão qualquer, mexe com a consciência de todos, diz respeito à cidadania, à soberania do povo, à sua vontade eleitoral e ao futuro do Estado. Nada a ver com a opção política de cada um, mas contra o ridículo ser ou não ser amarelo e azul que reduz o debate.

Quanto às cores, não as estigmatizem, por favor! Um viva a todas elas: ao blue dos blues, eternos blues e da pérola azulada do Zé Miguel, ao yellow do submarinho dos Beatles, que embalou nossos sonhos adolescentes e das borboletas do verão, ao green que de quero verde, do nosso paraíso amazônico, ao red do bull e dos corações enamorados que nos leva as alturas, ao brown dos nossos sapatos charmosos e ao branco da paz e da pureza. Sarava irmão!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

"Zezinho" é assassinado na Casas Bahia

Reginaldo Moraes Ferreira escreveu:

http://marcelotas.blog.uol.com.br/index.htm

A Casa do Zezinho, há mais de 10 anos, é um oásis de cultura, educação, civilidade e afeto para 2 mil crianças na periferia de São Paulo. Localizada no vértice de encontro dos bairros Jardim Ângela, Capão Redondo e Parque Santo Antônio, a Casa oferece dezenas de oficinas culturais, além de apoiar os jovens na escola e na vida cotidiana. A maioria esmagadora deles não tem pai, poucos podem contar com a mãe, geralmente ocupada em lutar na cidade para levar algum dinheiro para casa, ou em muitos casos, afundada no alcoolismo.

Mesmo com esse quadro duro, assustador, frequentar a Casa do Zezinho, com frequento como colaborador voluntário há mais de 5 anos, é uma grande alegria. Porque lá a gente aprende com o sorriso e garra das crianças. Quem vive do outro lado da moeda e acha que a vida é dura e injusta, pode tomar uma ducha instantânea de ensinamentos a um simples contato com um garoto ou garota da Casa do Zezinho. Todos eles são sobreviventes e vencedores de uma guerra dura e diária.

Na última segunda-feira, essa ONG, que representa um verdadeiro DNA de ética e eficiência para o país, foi barbaramente atingida. Um de seus "Zezinhos" mais queridos, já grandinho, com 23 anos, lutanto para enfrentar a vida, agora como pai de família, foi estupidamente assassinado. O nome dele é Alberto Milfont Jr. Segue o relato indignado abaixo das educadoras da Casa do Zezinho, a quem eu presto aqui a minha total e irrestrita solidariedade. Convido cada um de vocês a ler o texto abaixo com serenidade e atenção. E, quem tiver meios e vontade, ajudar a espalhar essa notícia e seus detalhes. Quem sabe um dia ao invés de conviver com tamanha brutalidade, possamos apenas nos envergonhar de termos vivido, em pleno século 21, num país tão desigual quanto ignorante e injusto.

..::..

Nota de repúdio e indignação

A Casa do Zezinho está de luto. A ONG Casa do Zezinho mostra seu profundo repúdio e indignação. Um dos seus filhos queridos, o jovem Alberto Milfont Jr, (23), foi barbaramente assassinado dentro das Casas Bahia na Estrada de Itapecerica por um segurança terceirizado, que trabalha nessa instituição, na segunda feira por volta das 16 horas. O segurança, em sua defesa, alega que agiu assim porque simplesmente o jovem estava mal vestido.

O jovem Alberto, mal vestido, morre com a nota fiscal, com comprovante de compra nas mãos.

Enquanto aguardava dentro da loja, 'roupa de trabalhador', sua esposa Darilene (22) voltava do caixa aonde fora pagar a prestação da compra de um colchão. Foi abordado pelo assassino, terno preto. Depois de um bate boca ligeiro o segurança saca da arma e atira à queima roupa. O jovem tomba sem vida.

Suas últimas palavras: "Sou cliente, não sou ladrão!". A partir daí se calou. Calou da mesma forma como estamos calados, sufocados há 400 anos. Que grande equívoco este país!

Mal vestido, roupa de trabalho, é um sinal verde para o braço armado da sociedade, o assassino pago para atirar. Alberto deixa esposa e um filho de 5 meses. Alberto deixa morta a remota esperança de milhares de jovens brasileiros. Estudar pra que? Trabalhar pra que? Ser honesto pra que? Brasileiros alfabetizados, respondam honestamente essa pergunta!

O menino brincalhão, comprido e de pernas finas entrou para a Casa do Zezinho aos 10 anos. Sua turma do Parque Santo Antônio já estava todinha ali. Vai ser muito legal, ali vamos nos divertir para valer. O jovem deixa excelentes recordações em toda nossa comunidade, onde permaneceu como um membro muito querido até 2003.
Estava de casamento marcado com a jovem Darilene, com quem tinha um filho de apenas 5 meses.

Suspeita e pobreza sempre juntas na nossa história.

Nenhum (a) jovem "mal vestido" (leia-se moreno, pardo) da periferia ousa sequer pisar num shopping de grife da cidade sem levantar as mais alarmantes suspeitas. Nenhuma placa, nenhum sinal explcita essa indesejabilidade, como faziam com os negros os norte-americanos. Diferentemente dos americanos, aqui o jovem da periferia já traz gravada na carne, na alma, essa interjeição.

Nenhuma revolta, nenhuma vingança organizada. Nada que a sociedade deva se preocupar. Apenas o destempero de um segurança idiotizado, uma peça para reposição. No Cemitério São Luiz o murmúrio surdo da mãe e da jovem esposa.

Dentes cravados, os jovens cabisbaixos que acompanham o enterro trazem o sangue nos olhos. " O mano Alberto subiu! "

Com muita raiva seguimos com eles, solidários, para tentar preservar essa auto estima tão covardemente destruída desde o seu nascimento nas favelas.

A vitória da morte exercida com eficiência certeira desde sempre no país pelo braço armado contratado pela sociedade dominante e pelos seus comparsas que dominam toda a estrutura de poder do estado.

Pras Casas Bahia deixamos como lembrança o carnê saldado com a honra e a dignidade de um jovem trabalhador.

Adeus mano Alberto!

O atraso saiu de lá e chegou aqui

O PIB- Produto Interno Bruto do Maranhão cresceu 5% e ficou acima das médias do Brasil e do Nordeste, informaram o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) na manhã de sexta-feira (14). O crescimento foi registrado em 2006, comparado a 2005.
O PIB que traduz a soma de todos os bens e serviços produzidos em determinado período ou a riqueza do Estado, em 2006, atingiu os R$ 28,621 bilhões de reais a preço de mercado corrente. Em 2005 o total foi de R$ 25,335 bilhões, uma variação de 5%. O crescimento é maior do que as médias do Brasil (4%) e do Nordeste (4,8%).
No item distribuição de renda, o Maranhão apresentou ainda um crescimento de 60,5% em sua renda per capita, ao longo da série 2002 a 2006, mantendo a tendência de crescimento acima das médias do Brasil (43,8%) e do Nordeste (46,3%). Em 2006, o PIB per capita do Estado foi de R$ 4.627,90 por habitantes; enquanto que, em 2005, foi de R$ 4.150,95.
E o que nós, do Amapá, temos a ver com o crescimento do Maranhão? Tudo. Preste atenção.
O ano de 2002 foi marcado pelo final do domínio da oligarquia do atraso no Maranhão. Foi o ultimo ano do governo Roseana Sarney, substituída pelo também integrante do grupo Sarney, José Reinaldo Tavares. Então alguém lá de cima decidiu abrir os caminhos do povo maranhense. Roseana entendeu que continuaria sendo governadora, a mulher de Zé Reinaldo expulsou Roseana do Palácio dos Leões e já em 2003 o Maranhão começou a crescer, para alcançar os índices que atingiria em 2007. E aí vem a relação com o Amapá.
Em 2002 Sarney já andava por aqui, mas não dava ordens. Ele começou a mandar quando Waldez Góes assumiu. Foi então que a visão do “pogreço” do velho “coroné” prevaleceu, e começou aqui a construção do “Amapá do futuro”, igual ao do Maranhão do passado. Os índices começaram a baixar e a qualidade de vida despencou, na mesma medida em que os integrantes do grupo do poder enriqueciam grilando terras, plantando melancia, estendendo tapetes para “empresas” que vinham abrir de três a cinco mil empregos e foram embora deixando o rombo das contas não pagas, fazendo doação de estrada de ferro para dono de mineradora, roubando dinheiro da compra de remédios para os pobres, distribuindo cestas básicas de um programa federal como moeda de troca por votos, mantendo a mídia calada, alimentada por gordos chegues da merenda escolar superfaturada, cultivando a miséria, que é muito mais fácil de manipular.
Quem tiver alguma dúvida sobre isso, consulte os dados oferecidos por instituições nacionais de respeito, e descubra o que vem acontecendo neste Estado nos últimos anos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A ESTUPIDEZ DE UM SENADOR

Como não cometer uma das duas fraquezas do provérbio persa – calar-se quando é preciso falar, ou falar quando é preciso calar-se? Foi então que decidi ser coerente comigo mesmo; afinal de contas levar desaforo de um senador pra casa, ainda mais escrito em linguagem chula e desprezível, não faz meu feitio, basta olhar minha trajetória. Sou homem de enfrentamento, gosto da discussão, gosto do bom debate. Claro que eu poderia calar diante da indigência de mal traçadas linhas, achar que não valia a pena. As sandices que Gilvam Borges escreveu na edição do dia 11 de novembro do jornal Diário do Amapá não mereceriam resposta se ele não fosse Senador da República, se não tivesse dito tudo que disse; e eu deveria ignorá-lo? As pessoas que me amam, que me lêem, que me respeitam mereceriam meu silêncio? A resposta é: não, claro que não.Em primeiro lugar aquela coisa não seria publicada em nenhuma outra capital do Brasil, de Belém pra cima. Está eivada de imprecisões, de mentiras, de desrespeito e insensibilidade; o senador faz troça de um acidente grave, não considerou a dor de uma família, de uma moça de 23 anos atropelada por ônibus conduzido por motorista epilético; ela ainda resistiu, mas morreu depois de quatorze dias de sofrimento atroz; eu, meu irmão, muitas pessoas do povo não morremos por milagre.Eu sei, todo mundo sabe que o senador não está nem aí para as coisas que fazem nossa gente sofrer, como a roubalheira na saúde pública, a carnificina no trânsito de Macapá, o desemprego, a criminalidade matando estudante na porta da escola. O senador aposta mesmo é na impunidade, olhando a gente de cima pra baixo lá de dentro da sua “fortaleza”, mandato que obteve por vias tortas, com apoio de seu amado mestre, estimulado por bajuladores profissionais, gente tão intolerante quanto ele.Para esclarecer: o incidente com o deputado federal Davi Alcolumbre (DEM-AP), tentando mudar o voto do eleitor na via pública, deu-se na véspera da eleição, dia 25; como eu, o médico e confrade Ubiratan Silva poderíamos voltar ao dia 22, quando o senador diz que fomos à casa do companheiro Correa Neto para comentarmos entrevero, pouco antes da fatalidade que ceifaria a vida de Rosiany do Rosário? Também é mentira que fomos multados dirigindo na contra mão, já que meu carro virou um monte de ferro retorcido, e fomos levados pra casa pela jornalista Márcia Correa.Outra baboseira dizer que somos filiados ao PSB, que o partido reuniu para exigir uma quarentena contra urucubaca. Somos jornalistas sérios, escrevemos para a sociedade, na defesa dos interesses da população sofrida do Amapá; não vivemos nos corredores da AL, nas secretarias do governo achacando as autoridades, vendendo nossa consciência em troca de elogio fácil, da mentira repetida muitas vezes; temos uma história de luta contra a roubalheira, contra maus políticos, contra as injustiças perpetradas por governadores arbitrários ao longo de mais de 40 anos. Isso o senador não quer entender. Mas soube colocar na boca de um “amigo” do deputado Davi criticas preconceituosas que gostaria de me dirigir (“Baixinho de olho amarelo com cara de macaco da noite”). Como sei que a ignorância do senador é um fato, pediria ao guru (dele), José Sarney, explicar ao colega que preconceito racial é um crime condenado pela Constituição Federal; que o combate à discriminação racial é um dos princípios basilares da República, e que discriminar alguém pela cor da pele, pela cor dos olhos é um delito inafiançável e imprescritível, castigado com a pena de reclusão, recentemente classificado no Código Penal Brasileiro como crime hediondo. Fica difícil construirmos um País com os maus exemplos que vêm de cima, de alguém investido no cargo de senador que acha normal a discriminação racial, a ponto de propagá-la abertamente através das suas emissoras de rádio, que não enxerga nada de mais na pressão do poder econômico sobre a decisão do eleitor e investe furiosamente contra parte da imprensa que investiga, que denúncia, que não quer dinheiro nem privilégios dos governantes de plantão. Gilvan está na política para defender interesses de grupos, e não para defender a sociedade.Como senador é filhote de uma perfídia praticada contra o povo do Amapá; é também a própria inversão de valores, a intolerância aos contrários, não gosta da opinião inteligente! É uma figura que não suporta quem não se curva à sua liderança pequena e nefasta; seu quinhão na partilha do Governo do Estado é o que ostenta pior desempenho. Gostaria muito, aliás, que explicasse como adquiriu e mantém império de comunicação que cobre quase todo o Estado, como poucos políticos possuem no Brasil; queria saber como transforma emissoras comunitárias em comerciais ou enviasse para meu endereço cópia de pelo menos um projeto de sua lavra aprovado no Senado Federal. Não valem tolices como a anexação da Guiana ao Amapá nem o fim do exame de ordem para bacharéis em direito.Na verdade, acho que o Gilvan está nervoso com o futuro da família como grupo político em franco declínio, basta olhar os números que as eleições municipais produziram em desfavor dos Borges e das suas pretensões em relação ao que vem por ai, com as eleições de 2010. Claro que isso vai continuar lhe tirando o sono, até porque as complicações dessa disputa vão tirar o sono de muita gente, não só do senador do PMDB.Para completar, em Brasília, nos bastidores do Congresso Nacional, nem a galhofa com que vê sua vida e com a qual tenta enxovalhar a vida dos outros, o liberta da especulação da imprensa que insiste em saber por que desistira do confronto que marcou com o senador Mário Couto (PSDB-PA), diante das câmeras da TV Senado.Fala-se em robusto dossiê, cuja divulgação Sarney teria segurado, exigindo em troca que Gilvan passasse uma temporada longe do Senado.Claro que não vou devolver ao meu adversário as ofensas preconceituosas que dirigiu a minha pessoa através do fantasma criado por sua imaginação doentia, até porque não há nada no mundo que seja tão feio que não sirva para alguma coisa; vou aproveitá-las para pedir na justiça indenização por danos morais; portanto processar o senador “articulista” do jornal Diário do Amapá. É possível que assim, doendo no bolso dele, aprenda que mandato não é esconderijo nem arma para destruir os adversários, mas uma conquista da sociedade, da democracia, do ordenamento jurídico de um país. É uma delegação do povo que tem que ser respeitada por quem a exerce. João Silva – 62 anos, jornalista amapaense.

Quem manda na Federal

Carlos Brickmann

A grande disputa no Governo, hoje, é saber quem vai mandar na Polícia Federal. Existem várias alas, que se enfrentam (só a Operação Satiagraha está rendendo três inquéritos, o do delegado Protógenes, o do delegado Ricardo Saadi e a do delegado Amaro Vieira, que investiga a investigação do delegado Protógenes); e dizem até que uma outra ala obedece mais a orientação do governador paulista José Serra, que é tucano e de oposição, do que ao próprio Governo. Há alas que trabalham ostensivamente contra pessoas próximas ao presidente Lula: aquela, por exemplo, que tentou imputar a Vavá Dois Pau (irmão do presidente, autor da clássica frase “arruma dois pau pra eu”) a prática de advocacia administrativa; e a que tenta constranger o ex-presidente José Sarney, aliado preferencial do Planalto, atingindo as empresas de sua família e investigando seu filho Fernando.

É aí que reside a disputa: Sarney, falando também em nome de seu partido, o PMDB, essencial para que Lula tenha maioria no Congresso, exige o comando da Polícia Federal. Nem precisa ser o Ministério da Justiça inteiro (se bem que o partido adoraria recebê-lo). A Polícia Federal satisfaria o apetite do PMDB.

Para o PMDB, comando significa comando. Pode até haver crises, mas o objetivo do partido é ter uma Polícia Federal sem alas conflitantes. Se alguém quiser pensar diferente, sem problemas; o que não pode é agir. Significa também que a amplitude de ação dada hoje aos federais será um pouco limitada. Investigar os outros, OK; mas que deixe família e amigos de Lula e o PMDB de fora.

Filho de Sarney fora dos trilhos

Lucio Vaz e Edson Luiz

Escuta telefônica feita pela Polícia Federal, com autorização judicial, mostra as relações entre o diretor de Engenharia da Valec (estatal responsável pela construção da Ferrovia Norte-Sul), Ulisses Assad, o empresário Fernando Sarney (foto) e construtores ligados ao grupo que foram beneficiados por subempreitadas na obra. Em 21 de maio deste ano, o empresário Gianfranco Perasso, sócio da Lupama, descreve como transfere seus contratos e cobra o “deságio de subempreitada”. Admite que sua empresa não tem condições “físicas” nem “materiais” para realizar os contratos e explica como os negócios são repassados para terceiros. A Lupama já recebeu uma subempreitada da Constran, no valor de R$ 46,2 milhões, no trecho entre Santa Isabel e Uruaçu, em Goiás.

Reportagem do Correio mostrou ontem que investigações da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam indícios de sobrepreço, fraude em licitações e tráfico de influência na construção da Norte-Sul em Tocantins e Goiás, uma obra de R$ 3 bilhões incluída no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC). O TCU aponta um sobrepreço de R$ 516 milhões. Inquérito da PF aponta Ulisses Assad como “homem forte” do grupo na área de licitações da Valec, indicado para o cargo pelo senador José Sarney (PMDB-AP). As escutas telefônicas teriam evidenciado que Ulisses seria “um membro da organização criminosa infiltrado no governo”. O senador disse à reportagem que nem ele nem o filho Fernando se manifestariam sobre o inquérito da PF. Assad também não se pronunciou.

Na mira do feudos

Direto de Brasília: Klécio Santos

A pressão do PMDB pelas cabeças de dois ministros de Lula dá uma noção exata dos critérios que permeiam a aliança do partido com o PT. O PMDB quer derrubar Tarso Genro e José Gomes Temporão não por incompetência ou inaptidão, mas sim pelos incômodos que os dois produzem para a legenda. O destino do ministro da Saúde será selado amanhã, durante uma reunião do partido.
E o que fez Temporão de errado? Afiliado do governador do Rio, Sérgio Cabral, Temporão é um técnico que desconhece os meandros da politicagem. Ou seja, não libera emendas e ainda tem a “ousadia” de criticar em público a corrupção na Funasa, um feudo de manda-chuvas do PMDB na Câmara como o líder Henrique Eduardo Alves e o ex-ministro Eunício Oliveira. Seu colega na Agricultura, Reinhold Stephanes, também não fala a língua da bancada, gerando insatisfações, embora em menor escala.
Tarso Genro é outro alvo da ira dos adesistas. E também por motivos errados. José Sarney anda inconformado com a atuação da Polícia Federal na investigação dos negócios do seu filho Fernando. Tarso vem desagradando Lula há tempos, principalmente por não pacificar a Polícia Federal, mas ninguém imagina uma minirreforma ministerial a essa altura. Eventuais mudanças poderão ocorrer apenas no início do próximo ano, quando o presidente precisa garantir o comando das presidências da Câmara e do Senado. E diante das chantagens de um aliado tão poderoso, tudo pode acontecer.

PIB do MA cresce 5% e fica acima das médias do Brasil e do Nordeste

Jornal Pequeno

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) divulgaram, na manhã desta sexta-feira (14), o crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão de 2006 em relação a 2005. Os números foram anunciados, no auditório da Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento (Seplan), durante apresentação do relatório anual, que contou com as presenças do secretário de Planejamento, Aziz Santos, e do chefe da unidade estadual do IBGE, Pedro Guedelha.

Segundo o relatório, o PIB do Maranhão, soma de todos os bens e serviços produzidos em determinado período ou a riqueza do Estado, em 2006, atingiu os R$ 28,621 bilhões de reais a preço de mercado corrente. Enquanto que, em 2005, apresentou R$ 25,335 bilhões, uma variação de 5%. O crescimento é maior do que as médias do Brasil (4%) e do Nordeste (4,8%).

O Maranhão registrou, em 2006, o 12º maior crescimento (variação real anual) no PIB, dentre as 27 unidades da federação, e foi o 5º no Nordeste. A participação do Estado em relação ao Produto Interno Bruto do Brasil pulou para 1,21%. Em 2002, era de 1,05%; em 2003, de 1,09%; em 2004, de 1,11%; e em 2005, de 1,18%.

A posição do Maranhão no ranking dos estados não sofreu alteração em relação ao ano anterior. Segundo o relatório, ele continua em 16º lugar. Os números indicam que as exportações do Estado atingiram, em 2006, 7.762.891 toneladas, no valor de US$ 1.712.702 (mil dólares FOB) - 14,10% maior que o ano anterior - devido ao aumento nas importações de manufaturados como combustíveis e lubrificantes.

Os números mostram também que, apesar do problema histórico da distribuição de renda, o Maranhão apresentou ainda um crescimento de 60,5% em sua renda per capita, ao longo da série 2002 a 2006, mantendo a tendência de crescimento acima das médias do Brasil (43,8%) e do Nordeste (46,3%). Em 2006, o PIB per capita do Estado foi de R$ 4.627,90 por habitantes; enquanto que, em 2005, foi de R$ 4.150,95.

Com relação à população, o Maranhão ocupa a 10ª posição no ranking dos estados com 6.184.538 habitantes (mais de seis milhões). Em 2005, era de 6.103.327 habitantes.

Avaliação positiva – Segundo o secretário Aziz Santos, o crescimento de 5% do PIB do Maranhão, ficando acima das médias do Brasil e do Nordeste, é significativo e muito positivo, já que o Estado irá se desenvolver, mais ainda, com a chegada de empreendimentos de ponta nos próximos anos. “Outro número que merece destaque é o da participação do Maranhão no PIB do país, que agora está em 1,21%, levando-se em conta que, em outros anos, era de cerca de 1%”, afirmou.

Aziz Santos destacou ainda a tendência de desenvolvimento do setor industrial, que foi o que mais cresceu em 2006. “Este setor crescerá, mais ainda, até o final do governo Jackson Lago, quando vários empreendimentos de ponta vão estar instalados no Maranhão, gerando emprego e renda, e teremos um porto melhor estruturado, que deve se tornar o segundo do país”, frisou.

O secretário de Planejamento disse que o grande desafio da economia maranhense é a distribuição de renda, ou seja, aumentar o PIB per capita, que ainda é baixo em relação a outros estados do país. “Temos que elevar o nosso PIB, mas precisamos, com urgência, distribuir melhor a renda, de forma mais harmônica e mais equitativa, para que a população se beneficie desse crescimento real”, explicou.

Para o representante estadual do IBGE, Pedro Guedelha, o crescimento do PIB do Maranhão é positivo. Segundo ele, uma variação de 5% é considerável, tendo em vista que a média de variação do Brasil foi de 4,0% e a do Nordeste, de 4,8%. “Quero ressaltar ainda o trabalho sério e dedicado para chegarmos ao relatório anual do PIB. É uma atividade complexa, pois mexe com todas as riquezas do país. Vamos agora iniciar as análises para o PIB de 2007, que será divulgado no ano que vem”, disse.

Setores produtivos - O representante do Imesc, Sadick Nahuz, fez uma explanação sobre a participação da distribuição setorial, no valor adicionado (VA) bruto do Maranhão por atividades econômicas, ao longo da série de 2002 a 2006. A área industrial foi a que mais cresceu, numa variação de 4,5% em relação a 2005, passando de 17,2% em VA bruto para 19,6%. Os destaques vão para os serviços industriais de utilidade pública (3,4%) e para a construção civil (10,5%).

Segundo Sadick Nahuz, a agropecuária, em 2006, representou 16,6% do VA bruto do Estado, com maior peso para a lavoura temporária, silvicultura/exploração florestal, pecuária, pesca e lavoura permanente. Já no setor de serviços, a participação no VA bruto do Estado passou de 65%, em 2005, para 63,8% em 2006. A perda foi motivada pela diminuição da atividade de comércio e serviços de manutenção e reparação de 16,6% em 2005 para 14,5% em 2006.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Governo do PDT realizou ações eleitoreiras nas áreas de ressaca de Macapá ao custo de 650 mil reais

O Governo do Amapá concentrou esforços na construção de passarelas nas áreas de ressaca da capital do Amapá, entre os meses de julho a outubro. O Valor de R$ 652.138,44 apenas em Macapá, onde dezenas de micro empresas da área de construção civil receberam as obras, conforme notas de empenhos adquiridos no portal da transparência. Em todo estado, o GEA gastou mais de 1 milhão de reais nessas obras.

Uma ampla pesquisa no sistema financeiro do estado do Amapá revela o quanto o foi gasto no período eleiotral com a aplicação de serviços nas áreas de ressacas de Macapá, um ponto estratégico para políticos angariarem votos com o eleiotrado de baixa renda de qualquer cidade.

Dezenas de pequenas micro-empresas foram convidadas a realizarem o serviço de construção de passarelas em lugares alagados da capital Macapá, e dos municipios de Santana, Laranjal do Jarí, Vitória do jarí, Cutias e outros. Se contabilizado todos os munícipios, este valor ultrapassa 1 milhão de reais, mas nessa primeira parte do levantamento, contabilizamos apenas os valores aplicados no municipios de Macapá, entre os meses de julho a outubro, onde encontramos 64 empenhos, que somam R$ R$ 652.138,44, variando entre R$ R$ 9.937,89 e R$ 36.425,96. Bastante curioso é o fato que 54 obras tem o mesmo valor, como se fosse padronizado em R$ 10.000,00.

DENUNCIA A JUSTIÇA ELEITORAL
Professora e acadêmica de direito, Neca Machado, moradora do bairro laguinho, ficou indignada com a situação da forma que foi feita a construção de uma passarela, e percebendo que se tratava de um delito ambiental e eleitoral, registrou a construção, publicando as fotos em seu blog (www.necamachado.blogspot.com), inclusive com o antes e depois. A inauguração teve até a presença do ainda então candidato, Roberto Góes.

Em nossa pesquisa no sistema, encontramos detalhes do empenho desta obra.

VALOR QUE SE EMPENHA,PARACOBRIR DESPESAS COM A EXECUCAO DOS SERV.DE CONSTR.DE 111,15M DE PASSARELASEM MADEIRA,NA AV.MAE LUZIA-LAGUINHO-MCP,NO PRAZO DE 15 DIAS,CONF.PA. 0447/2008 - NAF/SEINF.
Tipo de licitação: Inexigível (dispensa)
Valor: 13.459,90
Empresa: PRISMA ENGENHARIA E COMERCIO LTDA

Veja na íntegra no site: http://www.amapa.net/

Compta de votos - Advogado do PSOL diz nunca ter visto coisa igual

Entrevista dada para o Blog Noticiasdaqui

André Maimoni é advogado do PSol em Brasília e esteve ontem, 12, no Amapá para acompanhar de perto as ações movidas pela coligação Frente Pela Mudança contra a candidatura de Roberto Góes, prefeito eleito no último pleito em Macapá. " já trabalhei antes em eleições e nunca tinha visto o que aconteceu aqui. Duas coisas me chamaram mais a atenção: a compra de votos com assédio em plena luz do dia, às escâncaras e a força da propaganda em favor do Roberto Góes feita nos meios de comunicação. Achei impressionante a votação obtida por Camilo e Randolfe, levando em conta que eram 3 emissoras de TV, 4 rádios e 3 jornais diários, mas os meios ilícitos contra eles", declara Maimoni sobre o que viu aqui, onde esteve para acompanhar a última semana das eleições no segundo turno.

Enquanto para muitos as eleições terminaram no último dia 26 de outubro com a proclamação oficial do resultado, para um grupo de advogados, ela continua e só deverá estar terminada quando for feita justiça com relação às dezenas de casos pendentes que pesam contra o prefeito eleito Roberto Góes. " Nós não paramos desde as eleições. Somos três advogados aqui na equipe local e estamos recebendo mais o apoio do dr. André, que foi enviado de Brasília pelo PSol e também está chegando um advogado enviado pelo PSB, ele é do Maranhão", diz o advogado Marcio Figueira do PSB. André Maimoni falou para o blog Notícias Daqui e deu uma panorâmica sobre a situação atual dos processos contra RG e das perspectivas reais de cassação.

ND - Quais as ações que estão correndo contra Roberto Góes que o sr. considera mais importantes?

AM - Há processos de abuso dos meios de comunicação e captação ilícita de sufrágio, todos terminam em cassação do mandato. Tanto faz se o pedido for pela inelegibilidade como pela cassação do diploma, todas as ações visam não permitir a diplomação e o exercício de um mandato conquistado ilicitamente.

ND - Políticos importantes do Psol nacional estiveram aqui durante a campanha, eles estão acompanhando o desenrolar das ações jurídicas?

AM - O PSol nacional tem interesse direto na disputa em Macapá, não só pela participação de Randolfe, mas pelo modo como essa eleição aconteceu, com a participação da população como a gente vê as campanhas de PSB e PSol pelo Brasil.

ND - O sr. acha que a justiça vai cassar o mandato de Roberto Góes?

AM - Acho. A intensidade das provas e a reincidência dos ilícitos praticados pelo outro candidato indicam um só caminho, que é a não diplomação e o reconhecimento de que o pleito não foi limpo. Nesse caso, há duas hipóteses: Uma é a anulação do primeiro turno; outra é a anulação do segundo turno. Há a possibilidade de que o segundo lugar no segundo turno seja diplomado, no caso Camilo e Randolfe, e há também a possibilidade de que hajam novas eleições. Nessa hipótese serão excluídos do pleito aqueles que deram origem à sua anulação, ou seja, Roberto Góes e Helena Guerra.

ND - Que mensagem o judiciário pode mandar à sociedade através desse julgamento?

AM - O judiciário tem a oportunidade de corrigir as malfeitorias que foram feitas às escâncaras aqui. Não foi só a policia que flagrou, foram juízes também como Rommel Araújo e Guilherme Lages, eles flagraram ilícitos: distribuição de cestas básicas, combustível, apreensão de dinheiro e computadores.

ND - E o Ministério Público Estadual, o que está fazendo com relação a todas essas denúncias?

O MPE tem atuado na tentativa de reprimir esses ilícitos e eles tem mais de uma dezena de ações muito parecidas com as nossas. Tem uma série de Ações de Investigação Judicial em andamento visando a cassação do mandato e a inegibilidade de Roberto Góes. Há também ações penais contra Roberto e sua vice, Helena Guerra, por compra de votos e abuso do poder. O prazo para ingressar com as ações é até 15 de dezembro, data prevista para a diplomação. Ainda depois da diplomação existem medidas que podem ser tomadas.

ND - Entrar com ações depois das eleições não é coisa de mal perdedor?

AM - Olha, em muitos casos acontece que o segundo colocado se insurja sem razão aparente, como espírito de emulação e vingança. Aqui não é o caso. O conjunto dos ilícitos diz que a eleição não foi equilibrada, essa é uma das razões que o PSol está muito a vontade trabalhando junto com o PSB para vencer essas ações.
Trata-se de uma questão de ordem pública. Anular essa eleição é de interesse de todos. A ordem pública exige que as eleições sejam probas. Não é um pleito exclusivamente nosso, é um pleito maior, é um pleito de cidadania. Se desistirmos da ação, ela não termina, ela tem continuidade, é o Ministério Público que assume.

ND - Tem como acreditar que ainda que as ações ilícitas tenham acontecido, elas não tenham nenhuma relação com o candidato eleito Roberto Góes e sua vice?

AM - Quem está envolvido nas ações que eu conheço são pessoas relevantes, gente ligada aos mandatos dos candidatos, assessores, concessionários de serviços públicos como emissoras de rádio e televisão, há também entidades conveniadas com o governo do Estado, que recebem dinheiro do governo. Em um caso chave há o envolvimento direto da 1a dama do Amapá, a sra. Marília Góes, que foi flagrada, conforme testemunhas e uma gravação, tentando comprar votos de eleitores. É difícil de acreditar que o candidato não soubesse...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Macapaenses estão tomando banho de “cuia”

“Banho de cuia” irrita deputado Camilo, que exige a regularização no fornecimento de água tratada em Macapá.

“Tomar banho de cuia é um retrocesso para o povo do Amapá e foi a realidade que eu enfrentei hoje de manhã para vir trabalhar”. Com esta frase, o deputado estadual pelo PSB, Camilo Capiberibe, discursou, na manhã desta segunda-feira (10) na Assembléia Legislativa, e resumiu seu sentimento a respeito da falta de água crônica que vem afetando cotidianamente a vida do povo do Amapá.

Ultimamente, a população de praticamente todos os municípios amapaenses e da capital Macapá, na maioria dos bairros, vem sofrendo com a deficiência no fornecimento de água tratada pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), obrigando os cidadãos e cidadãs a construírem os poços artesianos e amazonas, muitas vezes sem estudo do terreno, instalando-os próximos a fossas sanitárias, o que pode facilitar o aumento da incidência de doenças que afetam principalmente as crianças, como a diarréia, entre outras.

“Falta água da Zona Norte à Zona Sul de Macapá, além de municípios como Serra do Navio, Pedra Branca, Santana e Calçoene que vêm enfrentando uma grave crise no fornecimento de água tratada. Quando me mudei para a casa em que moro no bairro Jesus de Nazaré em 2005 tinha água 24 horas; em 2006 passou a ter água praticamente só de noite e hoje nem de madrugada tem”, afirmou o deputado socialista.

Camilo disse ainda que há meses não há fornecimento decente de água tratada na casa de milhares de pessoas que já tiveram, como ele, este direito assegurado e perderam.
“Sinceramente, eu não confio mais na Caesa. Hoje estamos entrando no sétimo ano de mandato do governo do PDT e ele não consegue resolver o problema e ainda fica politizando, tentando encontrar culpados no passado ao invés de arregaçar as mangas e trabalhar para resolver o problema”.

Capiberibe disse que o retrato da incompetência é o fato do governo do estado ter disponível em caixa R$ 20 milhões do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), do governo federal, para normalizar a situação da água no Amapá, e mesmo assim nada se faz.

O socialista também denunciou que um dos maiores responsáveis pela falta de água é o abandono da manutenção da rede de tubulações “a Caesa não faz a manutenção básica do fornecimento de água e a rede está se deteriorando”, criticou.

PMDB pressiona para reaver pasta da Justiça

Jobim poderia substituir Tarso, em operação relacionada à troca de comando no Congresso

Maria Lima e Adriana Vasconcelos:

Com a polêmica sobre a Operação Satiagraha rondando a Polícia Federal e o Ministério da Justiça, setores do PMDB vislumbram a possibilidade de o partido voltar ao comando da pasta e pressionam o governo a demitir o ministro Tarso Genro. Dirigentes do PMDB dizem que a intenção não é ampliar seu espaço no governo, mas fazer uma troca, levando para o lugar de Genro o ministro da Defesa, Nelson Jobim - operação relacionada diretamente à eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.

Disposto a fazer o senador Tião Viana (PT-AC) presidente do Senado, Lula estaria disposto a aceitar a troca se, em contrapartida, o PMDB desistir de lançar um candidato. Segundo peemedebistas, é real o interesse que o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) tem na troca de comando na Justiça, o que poderia tirar seu filho Fernando Sarney da mira da PF - ele é suspeito ter movimentado mais de R$ 2 milhões às vésperas da eleição de 2006, que teriam favorecido a campanha da irmã Roseana ao governo do Maranhão. Leia mais em O Globo

(Comentário meu: Certamente o senador José Sarney desmentirá a informação de que esteja interessado na saída de Tarso Genro do ministério da Justiça para enfraquecer a investigação da Polícia Federal em torno do seu filho Fernando. Mas mesmo que Tarso saia dali por outra razão, ficará para sempre a suspeita de que acabou derrubado por Sarney. E para poupar de constrangimentos um filho dele.- do Blog do Noblat)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

De dia falta água, de noite falta luz...

Alcinéa Cavalcante

Falta água todo dia em todos os bairros de Macapá. O turista que vê o imenso rio Amazonas passando majestoso na frente da cidade não acredita que aqui ainda se toma banho de cuia, pois chuveiro é apenas um bibelô.
Essa incompetência da Companhia de Água e Esgoto do Amapá é a responsável pela contaminação do lençol freático. Sem esgoto e sem água, o macapaense abre fossas sanitárias e poços amazonas ou artesianos nos quintais. Fazer o que?

E falta energia elétrica também diariamente. Daqui a pouco seremos obrigados a substituir as lâmpadas por candeeiros, lamparinas e porongas. Estamos voltando ao século passado. A Companhia de Eletricidade do Amapá está nas mãos do PT desde 1995.

Procurador do Amapá vai a juri popular

O procurador aposentado do Amapá, Ernandes Pereira, irá a júri popular na Comarca do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. O julgamento deverá acontecer em maio do próximo ano. Em decisão de pronúncia, anunciada ontem pela manhã, o juiz daquela comarca, Eli Gonçalves Júnior, acatou a denúncia formulada pelo Ministério Público. O procurador vai responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e surpresa.

No dia 13 de agosto passado, Ernandes Pereira matou, com um tiro na cabeça, o delegado da Polícia Civil, Cid Júnior Peixoto do Amaral, 61, então titular do 19º DP (Conjunto Esperança). O crime aconteceu na residência do procurador aposentado, uma mansão na Lagoa da Precabura.

O acusado foi notificado da decisão do juiz ainda ontem. Mas, a defesa poderá recorrer da sentença. Se levado a júri popular, o acusado poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão. O promotor de Justiça do Eusébio, Evilásio Alexandre, não tem dúvidas de que o acusado irá ao banco dos réus.

Comentário: Muita gente em Macapá duvidou que isso fosse acontecer. A diferença é que o crime ocorreu no Ceará, uma terra sem "buana".

Deputada pede ao TCU rigor para retomar obras do Aeroporto

A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) reuniu-se com o presidente do Tribunal de Contas da União - TCU - ministro Walton Alencar Rodrigues. Ela pediu que o TCU endureça as ações para sanear as irregularidades que o Tribunal constatou na obra do Aeroporto Internacional de Macapá e punir os responsáveis pela má gestão dos recursos públicos. Só depois será possível concluir o aeroporto, já que a obra foi paralisada e está impedida de receber novos investimentos por determinação do Tribunal de Contas.

"Defendemos a construção do Aeroporto Internacional de Macapá. É fundamental para nossa relação com o Brasil e com o mundo. Importante para o desenvolvimento econômico, especialmente do turismo. Mas não queremos que esta obra seja mais um ralo por onde o dinheiro público seja desviado", afirmou a deputada Janete Capiberibe.

Mamata - O contrato para reforma e ampliação do Aeroporto Internacional de Macapá foi assinado em novembro de 2004. A previsão era que a obra fosse concluída em 30 meses, devendo se encerrar em meados de 2007. O TCU constatou que dos R$ 112,8 milhões contratados para a reforma do aeroporto, quase a metade - R$ 50,9 milhões - foi desviada.

Nessa casa todo mundo briga

Acompanhando com interesse a guerra na Polícia Federal entre os defensores do delegado Protógenes Queiroz e seus adversários? Pois esta não é a principal disputa: há outra mais discreta, e mais importante, que envolve a Presidência do Senado e em que a cabeça a prêmio é a do ministro da Justiça, Tarso Genro.

A Polícia Federal investiga, há cerca de dois anos, o empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, do PMDB, fiel aliado do presidente Lula. O problema explodiu quando se atribuiu à Polícia Federal a intenção de invadir a casa dos Sarney na ilha de Curupu, no Maranhão, para prender Fernando e outros parentes e amigos investigados, e constranger o próprio senador Sarney. Sarney falou com o presidente Lula, em audiências pessoais, por dois dias seguidos; acusou o ministro Tarso Genro de persegui-lo; e pediu sua substituição.

O caso envolve a Presidência do Senado. O PT gostaria de eleger Tião Viana, mas não o conseguirá sem o apoio de Sarney (além do que, pela praxe congressual, a maior bancada elege o presidente – e a maior bancada é a do PMDB, fiel a Sarney). Envolve também a base parlamentar governista: sem o PMDB, Lula fica descoberto no Senado e tem ameaçada sua maioria na Câmara Federal.

Como o ministro Tarso Genro, além de desagradar Sarney, tem criado problemas para o Governo (com a idéia da revisão da Lei da Anistia) e atirado em Dilma Rousseff (ele gostaria de ser o candidato oficial à Presidência), abre-se a temporada de apostas: quem será – em breve - o próximo ministro da Justiça?

O PMDB não quer apenas o afastamento de Tarso Genro: quer também controlar a Polícia Federal, seja quem for o ministro da Justiça. Há algum tempo, tinha candidato forte ao Ministério: o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Mas Jobim está em baixa com Lula desde o episódio das maletas (aquelas que, segundo ele, grampeariam telefones). Hoje, o PMDB se contenta com a Federal.

Se Lula demitir Tarso Genro, caem todos os vetos à eleição do petista Tião Viana para a Presidência do Senado. Se não demitir, Sarney sai candidato contra Viana e ganha a eleição. Na Câmara, a situação é mais complicada: Michel Temer, do PMDB, tem promessa por escrito do PT de que irá apoiá-lo, mas pode perder para Cyro Nogueira, do PP, herdeiro político de Severino Cavalcanti – lembra dele? Aquele que renunciou por cobrar propina do dono do restaurante.

CHEGUEI PRA DETONAR

Agora sim, mais um blog pra divulgar as coisas do Amapá e as notícias que não são divulgadas na imprensa local.
Que Deus me proteja !!!