Levantamento realizado por
ISTOÉ mostra que há mais de 500 ações civis contra prefeitos acusados de
corrupção que ainda estão sem decisão da Justiça. A má notícia é que muitos
deles são candidatos à reeleição em outubro
Izabelle
Torres na ISTOÉ
Nas grandes cidades e nos rincões do País, centenas de
prefeitos que buscam a reeleição no pleito de outubro formam uma nova categoria
de candidatos. Como não foram condenados pela Justiça, sempre morosa em seus
trâmites, eles não podem ser chamados de “fichas-sujas”, como são definidos os
políticos com passado comprovadamente criminoso. Na condição de denunciados,
porém, seria justo dizer que eles são os “fichas-manchadas”. Mesmo acusados pelo
Ministério Público e outros órgãos de fiscalização por fraudes e cobrança de
propina, entre outros crimes, esses políticos já se articulam para disputar um
novo mandato nas próximas eleições. Um minucioso levantamento feito por ISTOÉ
nos registros dos Tribunais de Justiça estaduais revela uma situação alarmante:
há em curso mais de 520 ações civis contra gestores municipais atualmente no
cargo, além de outras 283 já concluídas e que resultaram em cassações de
mandato. Além disso, mais de 440 prefeitos figuram em relatórios de auditorias
da Controladoria-Geral da União por desvio de recursos de convênios com o
governo federal. As denúncias têm afetado pouco a vida e os planos eleitorais
dos suspeitos, que não parecem se constranger com o risco de ter que interromper
um comício para depor na Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário