sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Começou a “fritura” de Jorge Amanajás

Está valendo tudo dentro do grupo do poder no Amapá, para manter o controle do Estado após as eleições de 2010, com possibilidade de antecipação no caso do Governo do Estado,se confirmada a cassação do mandato do governador Waldez Góes, para o que, mesmo dentro da chamada “base aliada” não tem muita gente dando importância ou trabalhando contra. “Se Waldez cair, azar dele”, é o pensamento quase geral, não exposto, mas alimentado. E isso tem uma explicação, com dois fortes componentes: a eleição de outubro assustou o grupo mais viciado no uso do poder em benefício próprio. para o qual, Waldez é um político incapaz de comandar o processo de união das forças da direita, sem o que a eleição será perdida, e a porta do cofre fechada, o grande pavor. A possibilidade da antecipação está atropelando tudo. É a razão da pressa.
O segundo componente é a derrocada de Sarney no Maranhão, concretizada quando o ministro Félix Fischer, do TSE pediu vistas no processo de cassação do governador Jackson Lago, matando os sonhos do “guru do Calhau”, de dar o governo de presente de Natal para a filha Roseana, e voltar a controlar o Estado como fez durante quarenta anos. Quando o TSE retornar do recesso, terão sido cumpridos mais de dois anos da posse de Lago, e ainda que ele seja cassado haverá uma nova eleição, e aí...
A oligarquia Sarney dá os últimos suspiros no Maranhão. Nas eleições municipais deste ano a perda foi quase total. Na Capital, São Luiz, os quatro candidatos de Sarney tiveram menos de 10% dos votos válidos. Ganhou um inimigo dele, João Castelo. Diante disso sobra a tentativa de controlar o Amapá, que poderá vir a ser o último reduto do sarneisismo no Brasil. Mas que “grande merda” histórica estão reservando para a terra dos valentes tucujus, galibis, kumarumãs, waiãpis e outros.
José Sarney tenta montar o quadro político da direita no Amapá, de acordo com os interesses dele, como, aliás, sempre fez, concedendo pequenos favores e exigindo fidelidade canina. Amanajás não faz parte desse projeto.
Foi a partir daí que, ainda não se tem bem claro por que, iniciaram o processo de fritura do presidente da Assembléia Legislativa do Estado, A frigideira está começando a ser aquecida pela Câmara Municipal de Macapá, onde Rilton Amanajás, primo e pupilo de Jorge, era uma quase unanimidade na eleição para a Presidência, até que veio a contra-ordem. Arranjaram um “comunista”, Nelson Souza, e o candidato do Sarney, Marilia e Francisca Favacho agora é ele. Isso pode atender os interesses do velho “coroné” e dos que o acompanham, mas também pode abrir uma brecha maior. De Lucas Barreto e Pedro Paulo um vai ser rejeitado também. A “unidade” do poder está ameaçada de qualquer forma, e sem ela o quadro muda muito. A oposição ganhou a eleição em Macapá, mas não levou, ainda. A canalhice eleitoral deste ano dificilmente se repetirá em 2010, e está absolutamente claro: sem comprar votos ou usar de outros recursos ilegais e imorais, nem Sarney nem seu grupo ganham eleições aqui.
Correa Neto.

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