terça-feira, 2 de dezembro de 2008

E agora, como é que fica

Diz o ditado que a Justiça tarda, mas não falha. O problema é que às vezes demora tanto, que quando chega Inês é morta, utilizando-se outro dito popular.

É isso o que aconteceu com João Capiberibe.

Por considerar absurdos os repasses a Assembléia Legislativa do Amapá, João Capiberibe, então governador, mandava sacar, através de cheques administrativos em nome do Governo do Estado os valores das contas oficiais em todos os bancos antes do bloqueio pela Justiça em favor da Assembléia. Com o desbloqueio das contas do governo os cheques voltavam aos cofres públicos.

O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) e o deputado federal Jurandil Juarez (PMDB-AP) aproveitaram à operação para ingressar com ação na Justiça levantando a suspeita de que Capiberibe se apropriou do valor de R$ 365 milhões das contas públicas, exatamente a soma dos cheques sacados e devolvidos, para usar em sua campanha ao Senado.

Durante seis anos a Polícia Federal investigou a denúncia contra o ex-governador, por determinação da Procuradoria Geral da República no Amapá.

Agora, finalmente em outubro concluíram as investigações.

A Polícia Federal concluiu que a denúncia é infundada. Por isso, a Procuradoria Geral da República pediu e a Justiça Federal mandou arquivar o inquérito.

O problema é que na ação que moveu contra o adversário Capiberibe por compra de votos na eleição de 2002, o senador Gilvam Borges incluiu na petição a suposta denúncia que vinha sendo apurada pela PF, sugerindo que os R$ 365 milhões foram usados para a compra de votos.

Como todo mundo sabe, o TRE do Amapá absolveu Capiberibe, mas Borges recorreu ao TSE, que reformou a sentença e cassou o mandato do senador eleito.

Se a Justiça não tardasse tanto, o mandato de Capiberibe, pela decisão agora prolatada, não teria sido cassado, pois ficou provado que tudo não passou de uma armação de Borges e Juarez.

Capiberibe, com certeza vai questionar Borges e Juarez na Justiça em busca de reparação pelos danos sofridos.

Mas, infelizmente não vai conseguir reaver o mandato de senador outorgado pelo povo do Amapá e usurpado no tapetão pela farsa agora desvendada.

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