segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O drama dos moradores da Vila Mucajã

"O que vi, me deixou deprimida. Parece coisa do século passado", diz técnica de ministério.
O comentário exemplifica a matéria abaixo, onde o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage Sobrinho afirma que existem três mil obras do PAC com algum tipo de irregularidade em cerca de três mil contratos que envolvem verbas federais com repasse através da Caixa Econômica Federal.
O Ministério das Cidades enviou a Macapá, no último dia 23, a técnica Cláudia Oliveira, que veio em companhia de Lúcia Moraes, relatora nacional pelos direitos humanos à moradia adequada, para acompanhar o andamento da obra da Vila do Mucajá, contemplada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A intenção do Ministério das Cidades é construir a nova Vila do Mucajá, que custará para os cofres da União R$ 26 milhões.
A construção visa à retirada dos moradores da área de ressaca onde residem inadequadamente.
Segundo Cláudia e Lúcia Moraes, a situação do Mucajá é de extrema vulnerabilidade.
Em entrevista ao programa Tribuna da Cidade, Cláudia e Lúcia se disseram deprimidas com o que viram.
- O que vi, me deixou deprimida. Parece coisa do século passado, disse Lúcia Moraes. Cláudia Oliveira, por sua vez, criticou a lentidão em concluir a obra da Vila do Mucajá.
- Pelo que presenciamos aqui, me parece que o governo do Amapá e a prefeitura de Macapá estão esquecendo dessa população em específico. Através de um relatório, iremos repassar todas as informações para que o Ministério possa resolver os entraves.
Cláudia sustentou ainda que "fiquei muito chateada porque a população realmente precisa, vivem em situação de extremo abandono, onde você vê crianças andando no meio do lixo, esgoto a céu aberto, uma coisa absurda para uma capital, eu fiquei chocada e não tenham nenhuma dúvida de que estas informações eu levarei ao ministério. A representante do Ministério das Cidades, ainda, criticou duramente tanto o governador Waldez Góes, quanto o senador José Sarney que, segundo Cláudia, estão incentivando a miséria.
- O Amapá tem como senador um ex-presidente, e mesmo assim ele não olha para estes absurdos? Eu fico literalmente deprimida com o que eu vi. Encontrei áreas de ressaca habitadas, que teoricamente deveriam ser áreas de preservação permanente, e o próprio poder público incentiva estas moradias quando coloca uma passarela pintada com a cor do governo.
Cláudia classificou a atitude do atual governo como "coisa do século passado. É como se fosse: "estive aqui, e quero teus votos", isso é um absurdo, nos já estamos no século 21 e isso precisa mudar".
A técnica finalizou a entrevista dizendo que o cronograma do PAC exige que a obra da Vila do Mucajá esteja finalizada em 2010, pois, "o processo já foi iniciado, recurso há, então não tem porque os governos não finalizarem as obras". (Site do Chico Bruno)
Comentário
Um jornalista local, preocupadíssimo porque a geógrafa Cláudia Oliveira jogou Sarney no meio do atraso do Amapá, escreveu entre outras coisas, sobre a moça, que ela é uma novata, passou três dias em Macapá e: “até aí tudo bem, o problema é que ela resolveu atribuir a quem não merece a culpa pelas mazelas sociais do Amapá. Para uns, ela pode ter sido “emprenhada pelos ouvidos”. Alguém precisa dizer ao nobre jornalista que existem coisas indefensáveis. Nem em troca de favores dá para fazer. São demais evidentes.

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